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sexta-feira, 28 de maio de 2010

[D] Shabath

Uma das minhas grandes dúvidas no início desse ano tratava-se da lei que ordenava a guarda do sábado para o descanso. Questionei alguns pastores da minha igreja desejando saber por que havíamos abandonado essa ordenança de Deus e não obtive sucesso nessa busca.

Deus, que é Grandioso, não quis que essa dúvida pairasse pela minha cabeça sem obter respostas. Mesmo eu tendo falhado em jamais ter pedido sabedoria para entender a questão Ele foi misericordioso em colocar no meu caminho acadêmico um colega adventista.

Nestes dias, aprendi várias coisas sobre minha dúvida inicial, e está enganado quem já está achando que irei aqui defender a obediência a esse mandamento. Uma coisa apaixonante nessas discussões teológicas é que nossa busca para defender um determinado ponto de vista leva-nos a conhecer mais a Palavra de Deus.

Um dos mandamentos é bem claro: “Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo” (Êxodo 20:8). Por que não lembramos? Acaso estamos desobedecendo a Deus? Muitas informações foram aparecendo para mim e eu me fazia cada vez mais essa pergunta.

• Os discípulos guardavam o sábado;
• Jesus guardava o sábado;
• Paulo pregava nas sinagogas aos sábados;
• O sábado só deixou de ser guardado depois de muito tempo por convenção da igreja católica.

Essas afirmações me incomodavam e eu não podia responder nada, por falta de conhecimento bíblico em relação ao assunto. Minhas respostas (não-bíblicas) se limitavam a dizer que não temos como saber se estamos guardando o dia correto ou afirmar que o propósito de Deus não era que separássemos um dia específico, mas que lembrássemos de guardar um dia para a adoração à Ele.

Decidi então fazer um estudo mais detalhado sobre o tema e é esse estudo que quero compartilhar com vocês como primeira postagem de muitas que virão nesse blog.

É verdade sim que Deus tinha o propósito de que seu povo guardasse o sábado (sétimo dia da semana), mas a quem foi direcionado esse mandamento? A Palavra de Deus nos mostra que essa ordenança foi direcionada para um povo específico (Ex. 31:13) e com um propósito específico (Dt. 5:15). Além do mais, Deus provia o alimento (maná) durante todos os outros dias da semana para que o povo judeu fizesse sua “colheita” e guardasse a quantidade necessária para se alimentar no sábado (Ex. 16:24-30). Inclusive eles eram proibidos de acender fogo para esquentar seus alimentos (Ex. 35:3).

Porém, nos dias de hoje não é novidade para ninguém que esse alimento não é fornecido nem aos cristãos “sabáticos” nem aos cristãos “anti-sabáticos”. Acaso Deus estaria descumprindo sua aliança feita com os seus filhos? De forma alguma! Nos evangelhos vemos algumas narrações relacionadas ao sábado. Em um desses episódios, Jesus foi questionado sobre o fato de seus discípulos estarem colhendo no sábado. Ao invés de repreender seus servos, ele exortou os fariseus (Mt. 12: 1-8) deixando claro que eles não estavam fazendo nada de errado.

Importante notar também o pouco valor (para não dizer nenhum) que o Novo Testamento dá a guarda do sábado. Se fizermos um breve estudo, veremos que todos os mandamentos são citados como ordenanças, exceto a guarda do sábado. Jesus ao ser questionado sobre quais seriam os mandamentos não citou o sábado (Mt. 19:16-19) e Paulo ao enviar a carta aos cristãos gentios na Antioquia não faz nenhuma menção ao sábado (At. 15: 22-29).

O sábado foi completamente abolido em Colossenses 2:16-17: “Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo”. Os adventistas afirmam que a palavra sábado utilizada nesse texto refere-se às festividades que eram realizadas no sábado. Muita ingenuidade achar que o mesmo texto citaria as tais festividades duas vezes juntas. Afinal de contas o que seria a festividade religiosa citada um pouco antes?

Que mandamento é esse que é tão claramente específico para um contexto histórico, ignorado nos diversos livros do Novo Testamento e até hoje é guardado por alguns cristãos? A resposta é outro assunto muito longo. Os adventistas, ao menos, guardam o sábado porque uma profetiza deles afirmou ter recebido uma revelação sobre a importância de guardar o sábado, chegando ao absurdo de afirmar que a guarda do sábado seria o selo recebido por aqueles que estarão no Livro da Vida. A profecia com relação ao sábado que eu conheço é a profecia bíblica de Oséias 2.11, já cumprida por sinal.

Não está claro para elas que a guarda do sábado não as fazem mais fortes na fé e muito menos será um selo dos salvos. Como disse Paulo no livro de Romanos: “Há quem considere um dia mais sagrado que o outro, há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente.” (Rm. 14:5)

Falei muito sobre minha convicção de que não necessitamos guardar o sábado, mas ainda não citei de onde tiro a convicção de que o domingo é o dia do Senhor. Em primeiro lugar, a ceia foi realizada no domingo (At. 20:7), as coletas eram realizadas no domingo (I Co. 16:2) e conforme algumas traduções mais antigas o primeiro dia da semana é o dia do Senhor (Ap. 1:10). Dia que Cristo ressuscitou dentre os mortos após ter sido oferecido por sacrifício pelos nossos pecados.

Por fim termino com Gálatas 3.13-14: “Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: ‘Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro’. Isso para que em Cristo Jesus a benção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé”.

Re-estreiando

Bom, esse blog estava muito largado (vide a data do último post).

Para quem não sabe, estou passando por uma experiência inédita na minha vida, morar sozinho. Essa experiência tem me permitido passar por situações que jamais passei.
Meu propósito nesse blog não será contar essas experiências. Portanto, não se iluda quem achou que eu iria compartilhar meu dia-a-dia aqui.
Porém uma das experiências que tenho passado é da solidão em momentos que não tenho nada para fazer, hehehe. São nesses momentos que irei dedicar meu tempo para postar alguma coisa que espero ser útil e que tem sido motivo dos meus pensamentos.
Como não poderia deixar de fazer, aviso que tentarei limitar meus posts a pensamentos relacionados a duas áreas de estudo que mais tenho dedicado: teologia e estatística. Por vezes, poderei comentar algo sobre política e futebol também.

Não se assustem com o nome que escolhi para o blog. Não tem nenhuma relação com qualquer frase de Einstein, qualquer livro ou qualquer outra coisa. O título deve-se simplesmente ao fato de que são sobre essas duas palavras que girará o propósito desse blog. A saber (se alguém ainda não sacou) Deus = Teologia e acaso = Estatística.

Para que vocês possam saber de que área refere-se a postagem que farei, irei identificar com um [D] antes do título as postagens que se referirem a temas teológicos, com um [A] as postagens que se referem a temas estatísticos e [O] para outros temas.

Tentarei postar ao menos uma vez por semana aqui, mas não prometo nada. Assim como não prometo também que se você passar uma semana sem entrar aqui só terá uma postagem para ler. Portanto, fiquem a vontade para voltar sempre e comentar.

Abraços e fiquem com Deus