Powered By Blogger

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Você tem fome de quê?

Uma rápida pesquisa na internet sobre o significado da palavra fome me retorna a seguinte resposta:

Fome (do latim faminem) é o nome que se dá à sensação fisiológica pelo qual o corpo percebe que necessita de alimento para manter suas atividades inerentes à vida.


Obviamente que meu post de hoje não irá tratar do alimento, propriamente dito. Em meus estudos bíblicos de hoje estudei sobre "Abundância e escassez". Tive a oportunidade de me debruçar sobre diversos textos que falam sobre abundância como dom de Deus, as promessas de abundância (na alegria, na graça, no poder, nas provisões e etc) e sobre a escassez como resultado do pecado. Achei muito interessante o estudo e o que me quero compartilhar é sobre a escassez, mas especificamente a escassez de algo que necessitamos para manter as nossas atividades inerentes à vida.

Nós, cristãos, sabemos que a única necessidade que realmente temos é da graça de Deus. Mesmo assim, alguns períodos de escassez tem nos afligido. Aprendi duas coisas sobre essas escassez (fomes):

1º A fome pode ser uma oportunidade de voltarmos os nossos olhos à nossa verdadeira necessidade, Deus. O texto de Amós 4.6 nos mostra que Deus permitiu que seu povo passasse por uma fome para que eles voltassem para Ele. A idolatria por coisas que não deveriam ser necessidades na nossa vida desvia os nossos olhos de Deus, afastando-nos dEle. A fome dessas "necessidades" é uma oportunidade perfeita de voltarmos nossos olhos a Ele.

2º A fome pode ser a causa de bençãos na nossa vida. Pode ser meio vaga essa frase, mas, veja bem, há vários relatos na Bíblia de pessoas que voltaram seus olhos a Deus no momento de fome e foram abundantemente abençoados ou presenciaram um grande milagre. O primeiro exemplo que achei é o de Rute e Noemi, sua sogra. Todos conhecem a história delas (se não conhece, leia o livro de Rute), mas alguém lembra o motivo de Noemi ter mudado com seus filhos para Moabe, onde um deles casou-se com Rute? A fome! Não acredita? Vejao texto de Rute 1.1:
Nos dias em que os juízes julgavam, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu para habitar no país de Moabe, ele sua mulher [Noemi] e seus dois filhos.

Foi um período de fome que permitiu essa linda história de amor entre Rute e sua sogra, Noemi. Deus poderia usar várias coisas, mas naquele tempo foi isso que ele usou.
Outro exemplo, frequente no Velho e Novo testamento, são as provisões de Deus quando seu povo passava fome e não tinha o que comer. Os exemplos são vários: a viúva de Sarepta (1 Reis 17.8-16), o homem de Baal-Salisa (2 Reis 4.42-44) e a multidão que ouvia Jesus (Mateus 14.13-21 e 15. 29-38).

Portanto, se você sente necessidade de algo que não seja o amor e a graça de Deus, volte seus olhos a Ele, confie nEle e deixe que Ele faça agir na sua vida a boa, agradável e perfeita vontade dEle.

Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as roupas?

Olhai para as aves do céu; não plantam nem colhem, e não ajuntam em celeiros; contudo, o vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
Mateus 6:25-26


Que sejamos como as aves do céu, sem a sensação fisiológica de falta alguma e com a certeza que nosso Pai celestial nos alimentará e nos vestirá.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Você é probabilista?

O título do blog pode parecer uma pergunta restrita aos estatísticos, mas não é. Explicarei!

Estou lendo um livro chamado "O andar do bêbado" (Leonard Mlodinow) que explica o quanto a probabilidade faz parte do nosso dia a dia e o quão pouco nos a conhecemos. Para mostrar a falta de intuição em relação as leis básicas da probabilidade, o autor descreve um experimento, que consiste em descrever uma pessoa e citar algumas características possíveis dessa pessoa. Mais ou menos o que fiz no Facebook.

A descrição da pessoa, que chamei de Zucleide, era a seguinte:

Zucleide, de 31 anos de idade, solteira, sincera e muito inteligente. Cursou filosofia na universidade. Quando estudante, preocupava-se profundamente com discriminação e justiça social e participou de protestos contra armas nucleares.


Pedi que cada um atribuisse um número de 1 a 8 nas seguintes características, onde 1 indica que a característica é mais provável em Zucleide e 8 indica a característica mais improvável em Zucleide. Veja a média das respostas:

Zucleide participa do movimento feminista: 3,1
Zucleide trabalha numa livraria e faz aulas de ioga: 4,8
Zucleide é bancária e participa do movimento feminista: 4,3
Zucleide faz aulas de ioga: 4,7
Zucleide é bancária: 4,6
Zucleide trabalha numa livraria: 4,5


Pois bem, se você não viu nada de errado no resultado então sua intuição probabilística precisa ser aperfeiçoada.

Uma das leis da probabilidade diz que a probabilidade de que dois eventos ocorram nunca pode ser a maior que a probabilidade de que cada evento ocorra individualmente. Achou o erro? Vamos lá, pegarei três possíveis descrições que coloquei da Zucleide com seus resultados:

Zucleide participa do movimento feminista: 3,1
Zucleide é bancária e participa do movimento feminista: 4,3
Zucleide é bancária: 4,6

Alguém me explica como é mais provável que Zucleide seja bancária e participe do movimento feminista do que ela ser apenas bancária?

A dificuldade das pessoas de lidar com a probabilidade fica mais evidente se eu disser que, das 19 pessoas que responderam o teste, apenas uma pessoa respondeu algo possível (considerando que nem toda bancária participa do movimento feminista e que nem todas que trabalham na livraria fazem ioga). Quer algo pior? O único que acertou já viu eu fazendo esse teste antes, então não tem como saber se ele responderia certo se não conhecesse o teste.

Pode parecer banal um erro desses, mas o autor cita exemplos em que esse erro pode acarretar graves consequencias (cita o exemplo de um caso em que um juri popular condenou o réu baseado nesse erro).

Intuição probabilística é importante, galera! Não se sinta constrangido pelo erro! Obrigado aqueles que responderam o teste!

Abraço!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Retorno do Blog

Resolvi voltar a escrever no blog! Creio que a "obrigação" de postar aqui irá me estimular na escrita da dissertação também (um dia separo um post para explicar o assunto dela).

Bom, fui motivado por alguns fatos que ocorreram nesse 1 ano sem publicação alguma. O primeiro é a bíblia nova que ganhei da minha pequena, Belle. A Bíblia Tompson é, realmente, uma benção e espero megulhar fundo nos estudos dela.

Porém, o assunto de hoje é um tema que tem sido de constantes discussões. Recentemente o programa da Globo, Fantástico, fez um amplo debate sobre ele: o ENEM.

A matéria que motivou essa postagem foi uma publicada na UOL. Como não achei o link da UOL publico o seguinte:

http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/candidata-entrega-gabarito-enem-branco-tira-notas-maiores-minimas-668086.shtml


Vamos lá! A questão é simples e bem mais fácil de ser compreendida para aqueles que já fizeram uma prova do Cespe. Assim como o Cespe, existe um sistema de penalização no método TRI. Só que ao contrário de penalizar somente aqueles que erraram, há uma penalização aos que "aos olhos do TRI" chutaram a questão e acertaram. Mais como isso? Fácil! A prova é composta por questões de diferentes níveis de dificuldade. Uma pessoa que erra um bando de questão fácil e acerta uma difícil sobre o mesmo tema é um sinal de que pode ter acertado por chute.

Sabendo disso, podemos responder as duas perguntas principais da candidata. O primeiro questionamento foi esclarecido na própria reportagem. O TRI não atribui nota zero para ninguem. Simples entender o motivo, em um sistema que existe penalização e não existe nota negativa (como o Cespe) o zero seria para aquele que "chutou" todas as questões e mesmo assim errou todas. Oras, como vimos no exemplo, o método identifica o chute através de alguns acertos "aleatórios". Logo, não há como a pessoa ser totalmente penalizada na prova. Sei que não ficou muito claro, mas acreditem tirar 0 no ENEM é impossível. Pode tentar!

Por que a candidata não ficou com a menor nota do país se ela deixou a prova em branco? Antes é bom esclarecer uma coisa que alguns que leram as reportagens não entenderam. A nota mínima da qual a candidata ultrapassou não se refere a uma nota de corte, mas sim a menor nota tirada no país. Após esclarecido isso fica fácil entender o porquê dela não ter tirado a nota mínima. É aqui que a galerinha que já fez Cespe entra na história. Vamos usar o Cespe como exemplo. Suponha que numa prova do Cespe um candidato entregue a prova toda em branco e o outro entregue a prova toda preenchida e acerte 50 das 110 questões. Quem obterá a nota mais alta?

Óbvio que será o candidato que entregou a prova em branco. Ele ficará com 0 (no caso do Cespe) e aquele que respondeu tudo e errou 60 das 110 ficará com -10. Entendeu? Um exemplo vale mais que mil palavras de explicação!

Não caiam na baboseira da imprensa de ficar criticando tudo quanto é coisa que vem do governo. Leiam um pouco sobre o assunto. O ENEM tem seus problemas, mas tem melhorado a cada ano.

Tenham uma ótima semana e voltem sempre.