Quem não tem acompanhado a história, colocarei por dentro de tudo para depois dar minha opinião (gostaria de ouvir a de vocês).
Não é novidade para ninguém que a atual Seleção é composta por diversos jogadores cristãos: Kaká, Lúcio, Luís Fabiano, Felipe Melo e também o auxiliar técnico Jorginho. No ano passado, ao ser campeões da Copa das Confederações, os jogadores exibiram diversas mensagem religiosas que professavam seu amor e temor à Deus e se reuniram no centro do campo para agradecer a conquista que acabara de conseguir.

A atitude, causou revolta nos brasileiros ateus e ao que parece na FIFA também, uma vez que após esse episódio passou a proibir manifestações religiosas em eventos organizados por ela. Uma situação clara de perseguição, já que na mesma competição fomos obrigados a assistir os egípcios mulçumanos comemorando com suas rezas sem nenhuma manifestação da mesma entidade.
A revolta dos brasileiros ateus ficou evidente na figura de um jornalista que no começo da carreira sempre se mostrou adepto ao culto à prostituição e lascívia. Em seu blog mostrou sua indignação com o que ele chamou (futuramente) de merchandising religioso, não pela manifestações individual (como a comemoração de Kaká após seus gols), mas pela manifestação coletiva. De certa forma eu até concordo, uma seleção que tem o propósito de representar um Estado laico, não tem espaço para obrigar os torcedores a concordarem com esse ato (ou seja, se colocou a disposição das críticas). Eu não gostaria nem um pouco se depois de um título os jogadores tentassem invocar espíritos, por exemplo.
A questão é que quem acompanha esse jornalista tem visto a forma como ele tem perseguido o Kaká com argumentos que beiram o rídiculo, como afirmar que a sua carreira é curta devido uma lesão no púbis que ele possui e outras coisas. A revolta dele deixou de ser aquela, de certa forma sensata, para uma questão particular e que foi deixado de forma bem clara pelo próprio jogador.
Bom, deixemos a história de lado e vamos ao que interessa, opiniões. Tentarei dar a minha conforme a Palavra de Deus, se estiver errado, me corrijam. Não há como defender a postura do jornalista, até porque ele se declara claramente ateu e não quer de forma alguma viver sob a vontade de Deus, por isso me prenderei a atitude dos jogadores.
Conforme já disse, creio que os jogadores poderiam ter evitado essa situação. Foi decisão deles esquecer que estão lá representando um país (isso já faz tempo). Apesar de ter gostado muito da postura dos atletas cristãos e na época ter achado uma das coisas mais lindas que já vi em um campo de futebol, não creio que era o mais adequado.
A Bíblia é bem clara ao afirmar que devemos glorificar a Deus naquilo que nos fazemos (1 Pedro 4:10) e por esse motivo não critico a postura dos atletas que comemoram seus gols levantando os dedos ou mostrando mensagens em camisa ou até mesmo gritando para as cameras um "Glória à Deus". Muito me entristece ouvir alguns cristãos que não concordam com isso e ainda usam uma má interpretação de versículos bíblicos (ao meu ver). Acusá-los de hipócritas e comparar com a parábola contada por Jesus em Lucas 18:9-14 é absurdo. Em nenhum momento eles contaram vantagem por estarem fazendo essas coisas em campo e ao que me parece a motivação deles é sempre de glorificar o nome de Deus.
Alguns já devem estar perdidos no que eu to falando. Por que eu falei que a atitude não foi das melhores quando eles decidiram fazer a oração (além do fato do nosso Estado ser laico, claro)? Naquele momento eu não fui contra, como já disse para vocês, mas é uma atitude a ser pensada se seria correta aos olhos de Deus.
O contexto hoje é outro (a FIFA proibiu manifestações como aquela) e Jesus nos ensinou a respeitar autoridades (Mateus 22:15-22), mas da mesma forma devemos dar a Deus o que lhe é de direito (toda glória e louvor). Pensando sobre esse conflito, lembrei da história de Daniel. O que tem tudo isso a ver com Daniel?
Daniel sofreu perseguição dos outros governantes que acharam uma forma de fazer com que o rei Dario baixasse um decreto proibindo qualquer um que orasse para outro deus ou homem que não fosse o próprio rei Dário. Daniel não podia se sujeitar a essa lei, pois haveria de manter sua comunhão com Deus e qual foi a escolha dele? Continuou orando, mas a questão importante estar em Daniel 6:10. "Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se ajoelhava e orava agradecendo ao seu Deus." Sabendo do decreto, ele não fez questão de peitar a tudo e todos e orar na frente daqueles que o perseguiam. Ele foi para o seu quarto e fez tudo em secreto (ou ao menos era o que ele esperava ser).
Voltando ao jogo, não vejo nenhum problema de glorificar à Deus nos vestiários (em secreto) para evitar esse tipo de confusão com os "cegos na fé". Tem que ser repensado se isso seria mesmo uma forma de testemunhar. O que mais essa atitude tem provocado para a mídia e para o mundo é revolta e ódio. Definitivamente não é essa a idéia de testemunho que eu aprendi nas Sagradas Escrituras. Claro que alguns atos mais espontâneos como as manifestações religiosas não devem ser deixadas de lado, até porque parte-se do pressuposto de que aquilo é espontâneo e pelo que tenho visto na Copa não tem sido proibido (desde o goleiro ganês que se ajoelha e agradece à Deus ou Maomé até o todo admirado Maradona que vira e mexe está com um terço na mão).
Não é questão de dar testemunho ou de ser hipócrita. A questão que mais incomoda nisso tudo é uma coisa que tem confundido muitos cristãos. Jesus em João 16:33 diz que teríamos aflições no mundo e afirma que sofreríamos até a morte por isso (Mateus 24:9) e Paulo reafirmou isso (2 Timóteo 3:12). Por favor, quando eles disseram isso não queriam de forma alguma que o crente corresse atrás disso. Perseguição aos cristãos existe sim, mas infelizmente alguns tem se importado em se vangloriar por isso. Se importam tanto em "obter" esse mérito que desrespeitam as leis que em nada vão contra os princípios bíblicos, só para afirmar de peito estufado depois: "Nós somos crentes genuínos, somos perseguidos".
Não estou dizendo que é o caso dos jogadores, até porque o gesto nem foi repetido por eles (ainda), mas muitos têm tido essa postura nos dias de hoje. Não apenas alguns, mas igrejas inteiras têm feito isso. Não seria isso a hipocrisia farisaica dos dias de hoje? Algo para se pensar!
Que Deus nos abençoe e nos dê sabedoria para suportar as verdadeiras perseguições que naturalmente podem vir para aqueles que ainda não se sentem perseguidos.